sábado, 21 de abril de 2012

A construção de usina nuclear no Brasil 



A geração de energia sempre foi uma grande preocupação dos Estados, pois está intimamente ligada ao desenvolvimento econômico das nações. Diante dos vários meios de produção temos a energia nuclear, que neste momento devido a situação japonesa está gerando muita discussão quanto ao seu risco ao meio ambiente e inclusive, ao homem.

E quanto ao Brasil?
Sim, nós temos 2 usinas nucleares e a terceira já está em fase de implementação.
O início das pesquisas nucleares brasileiras ocorreu na década de 50, com a criação o Conselho Nacional de Pesquisa, que importou duas ultra-centrifugadoras da Alemanha para o enriquecimento do urânio.  Os trabalhos avançaram durante todo o governo militar, que efetivamente não tinha a intenção de substituir as usinas hidrelétricas pela energia nuclear, mas sim objetivava o acesso a ao conhecimento tecnológico que permitiria desenvolver tanto submarinos nucleares como também armas atômicas.
Em 1977 o presidente Ernesto Geisel sanciona a lei n° 6.453, que dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos relacionados com atividades nucleares.
A primeira usina foi denominada de Angra 1, e começou a operar em 1984.É uma usina tipo PWR (Pressurized Water Reactor) onde o núcleo é refrigerado por água leve, desmineralizada.
Angra 2 foi construída a partir do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, firmado em 1975. A usina utiliza o mesmo sistema da primeira, e após varias discussões entrou em funcionamento em 1996.
Em 1993 o Brasil adere a Convenção de Viena sobre Responsabilidade Civil por Danos Nucleares, de 21.5.1963 através do Decreto n° 911/93 assinado pelo presidente Itamar Franco.
As obras de conclusão de Angra 3 paralisadas em 1986, foram incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC em 2010. A obra já recebeu a Licença de Instalação do IBAMA  e a Licença de Construção Preliminar da CNEN.
O início oficial das obras ocorreu em 1 de junho de 2010, e a previsão para a entrada em operação da usina é 2015.
Em resumo, o Brasil utiliza pouco a alternativa nuclear: hoje, apenas 2,3% da energia gerada no país vem desta fonte. Contudo, existem planos para a expansão das usinas.
O Ministério da Ciência e Tecnologia coordenou um grupo de trabalho encarregado de rever o programa nuclear e formular planos de médio prazo. O resultado é um plano realista para ser executado em 18 anos e que objetiva a expansão da produção de energia nuclear, com a construção de 4 usinas até 2030.

A energia nuclear é obtida através da  conversão  do calor emitido na reação em energia elétrica. Isso pode acontecer controladamente em reator nuclear ou descontroladamente em bomba atômica.
A principal vantagem da energia nuclear obtida por fissão é a não utilização de combustíveis fósseis, em razão disto  a Energia Nuclear passou gradativamente a ser defendida por ecologistas. A principal vantagem é a redução de emissão de gases do efeito estufa.
Em contrapartida a periculosidade da energia nuclear é altíssima, em casos de acidentes as consequências podem alcançar enormes dimensões. Esta é a grande preocupação do mundo em relação aos reatores japoneses.
Um diferencial das usinas  brasileiras em relação às japonesas é operar com um reator resfriado à água pressurizada, em que dois circuitos de refrigeração garantem que a turbina que gera eletricidade não se contamine com radioatividade. Em condições normais, esse tipo de reator oferece mais segurança que a versão em Fukushima.
A presidente Dilma Rousseff manifestou preocupação com o tema e o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, garantiu que possíveis mudanças nas regras de segurança serão incorporadas aos projetos nacionais.
Nesta semana os 27 países-membros da União Europeia decidiram submeter as usinas nucleares locais a testes que avaliem a resistência destas perante possíveis terremotos, acidentes e atentados terroristas.
Em relação ao meio ambiente afirma-se que a energia nuclear tem vantagens significantes, porém em casos de acidentes todos os benefícios se tornam irrisórios. Como comparar a possibilidade de emissão de gases de efeito estufa com a provável contaminação de águas, ar e terra?
Infelizmente, por razões alheias a vontade de todos é necessário que o mundo repense a atual utilização nuclear para garantir a segurança dos seres vivos.



Por: Juliana Almeida


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